Covid 19, Zona de Conforto e Resiliência
- Andrea de Camargo Noronha
- 7 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de jun. de 2020
Podemos sim escolher como passar por esta crise

Tomados de assalto diariamente por novas decisões, consequências, notícias envolvendo este momento incrível, ao qual assistimos e somos coadjuvantes, torna-se impossível não observar as diversas reações humanas à questão, que se impõe às nossas vidas, de forma contundente, como se – encurralados – não tivéssemos escolha.
Entre os diversos comportamentos, observamos muitos incapazes de reagir, entram em negação, agem como se os fatos não os atingissem, ocupam as praias, shoppings, bares, manifestações, festas, não preservam seus idosos e muitas vazes aludem o fato como “histeria”. Muitos vão do modo displicência ao formato “cowboy”, não mudam seus hábitos mesmo com o conhecimento de pessoas próximas contaminadas, se colocando e aos outros em risco.
Muitos reagem de forma diligente, declaram ser necessário estar suprido em casa para se organizar, compram estoques de álcool gel, máscaras, abastecem suas casas no supermercado, aglomerando-se nestes, esvaziam prateleiras. Fecham-se em suas conchas, de forma alienada, garantindo que não falte a si ou aos seus nada, da mesma forma que assegura aos outros e aos deles a falta de muito, possivelmente aos que de fato necessitam.
Para ambos os comportamentos, a reação parece vir da impressão de não haver escolha, porque o vírus é inexorável, da mesma forma que – em ambos os casos – é clara a reação voltada exclusivamente para seus próprios interesses, não existindo o outro, são reações egocêntricas e auto centradas.
Da mesma forma que ocorre quando nos deparamos, neste momento com a disseminação do Covid 19, como da crise da água no Rio de Janeiro, empresários gananciosos, aproveitando-se da necessidade para aumentar seus lucros, não no volume de venda, mas de forma injustificada e indecente, com aumento desproporcional dos preços, aproveitando –se das necessidade alheias gerada na crise.
Lembro de uma das piores reações contra indivíduos e grupos, observadas na Europa, diante do “marché noire”, mercado negro praticado por muitos que em países como a França, que passaram por grande pobreza e privação durante as guerras, aproveitavam-se do momento para fazer mesmo fortuna as custas da necessidade do coletivo.
Compreendemos também a questão do confinamento; mesmo a sensação de confinamento, que pode ser sentida como complicada e cerceante , trazendo ao indivíduo mal estar psicológico, com efeitos como depressão, isolamento, colaborando na depressão imunológica.
Mesmo nestes casos temos como encontrar ajuda eficiente e atendimento. Diferente de outros momentos na história, hoje a tecnologia colabora muito no desenvolvimento pessoal e profissional, bem como o encontro de soluções, promovendo oportunidades diversas de desenvolvimento do trabalho, inclusive de atendimento psicológico, que através de recursos eficientes atende as demandas e carências do momento, como já vem atendendo nesta época digital, enquanto ferramenta viabilizando o Home Office, ensino à distância; Monitoria, Atendimento psicológico, entre muitos outros.
"... precisamos nos preparar como que para uma “guerra”, é desgastante, nos tira de nossas zonas de conforto, nos coloca frente a frente com o imponderável. Mas mesmo nos preparando para uma guerra, não podemos perder o foco, esquecer a ética e abandonar a solidariedade. Muito pelo contrário, este é o momento de buscar por alternativas criativas que nos permitam desenvolver uma experiência de superação e resiliência, esta última fundamental a ultrapassar obstáculos."
Sem dúvida, como diversas autoridades de saúde aludiram, precisamos nos preparar como que para uma “guerra”, é desgastante, nos tira de nossas zonas de conforto, nos coloca frente a frente com o imponderável.
Mas mesmo nos preparando para uma guerra, não podemos perder o foco, esquecer a ética e abandonar a solidariedade. Muito pelo contrário, este é o momento de buscar por alternativas criativas que nos permitam desenvolver uma experiência de superação e resiliência, esta última fundamental a ultrapassar obstáculos.
Chegamos então a um terceiro grupo, que busca construir soluções e alternativas para si e para o outro, todos os outros; assimilar as notícias e entender as prioridades e assim, compreender o processo evolutivo da crise e aprender com o que aconteceu com outros países e pessoas.
Essas pessoas que avaliam as situações com uma visão de conjunto, não parcial ou egóica / egocêntrica, muito provavelmente crescerão com a crise e ajudarão a outros a crescerem, e se organizarem.
Assim, como exercício de superação, a crise promoverá ainda o desenvolvimento de competências, não apenas intelectuais, mas muito especialmente ligadas à inteligência emocional, essencial em momentos onde somos postos a prova; ensinando-nos a trabalhar melhor em grupo, em sociedade, com o outro, com fundamentos construídos sobre fatos reais que nos instigam a sermos verdadeiros e dar o melhor de nós, não ficarmos com o melhor de nós, legando ao outro o nosso “pior”.
Ao impor-se a nossa realidade o Covid 19 promove mudanças, – estas com impacto mundial – e, como toda mudança, uma grande oportunidade, de autoconhecimento, crescimento, maior solidariedade, é um exercício de crescimento individual, social e para toda humanidade.
Assim vemos que há sim escolhas, podemos sim escolher como passar por esta crise.
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